segunda-feira, 1 de junho de 2009

Biografia de Allan Kardec, ícone do Espiritismo

Hyppolyte Leon Denizard Rivail, este foi o nome civil de Allan Kardec. Nascido em 3 de outubro de 1804, em Lion, França. Fez ali seus primeiros estudos, completados em Yverdun (Suiça), com o Professor Pestalozzi, de quem se tornou um dos seus mais eminentes discípulos, colaborador inteligente e dedicado. Aplicou-se na propaganda do sistema de educação que exerceu tão grande influência sobre a reforma nos estudos na Alemanha e França. Muitas vezes, quando Pestalozzi era chamado a outras cidades, confiava a Denizard Rivail a direção da sua escola. Denizard foi linguísta, conhecendo a fundo o alemão, inglês, italiano e espanhol, tendo também conhecimento do holandês. Além disso, tinha maneiras distintas, humor jovial, era bom e obsequioso. Mais tarde fundou em Paris um instituto semelhante ao de Pestalozzi, tendo como sócio um de seus tios.

Casou-se em 6 de fevereiro de 1832 com Amélie Boudet. Poucos anos depois, seu tio perdeu grande soma de dinheiro no jogo, levando o Instituto a falência. O restante de dinheiro que coube ao casal foi aplicado no comércio de um amigo, cuja falência terminou com o dinheiro. Para superar esta fase ruim o casal lançou-se ao trabalho, sendo que Denizard encarregou-se da contabilidade de três casas, e terminando o dia, escrevia a noite, gramáticas, aritméticas, livros para estudos pedagógicos; traduzia obras inglesas e alemãs e preparava os cursos de Levy-Alvares. Organizou também em sua casa, cursos gratuitos de química, física, astronomia e anatomia, de 1835 a 1840.

Em 1824 publicou, segundo o método Pestalozzi, o Curso prático e teórico de aritmética. Em 1828, Plano apresentado para melhoramento da instrução publica, em 1831, Gramática francesa clássica, 1846 o Manual de exames para obtenção dos diplomas de capacidade, em 1848 o Catecismo gramatical da língua francesa. Finalmente, em 1849, tornou- se professor no Liceu Polimático, nas cadeiras de Fisiologia, Astronomia, Química e Física. Depois publicou uma obra, que resumia seus cursos: Ditados normais dos exames na Municipalidade e na Sorbone; Ditados especiais sobre dificuldades ortográficas. Essas diversas obras foram adotadas pela Universidade da França, o que proporcionou ao Denizard uma modesta abastança. Pode-se ver que seu nome era conhecido e respeitado, antes que imortalizasse o nome Allan Kardec.

Foi em 1854 que o Sr. Rivail ouviu pela primeira vez falar nas mesas girantes, a princípio do Sr. Fortier, com quem mantinha relações em razão dos seus estudos sobre magnetismo, que disse que mesas podiam não apenas girar, mas também respondia perguntas. A essa afirmativa o Prof. respondeu que acreditaria quando o provassem que uma mesa tinha cérebro para pensar, nervos para sentir e que pode se tornar sonâmbula. Até lá, permita-me ver apenas uma fábula para provocar sono. Tal era o estado de espírito do Sr. Rivail, não negava a princípio, mas pedindo provas e querendo observar para crer; tais nos devemos mostrar sempre no estudo dos fatos Espíritas. É difícil resumir um fato que historicamente marca o início dos estudos de um homem Hipolyte Leon Denizard Rivail que era conhecido como grande educador e pessoa de extremo bom-senso. Mas, considero importante em qualquer estudo sistemático, conhecer como começou aquilo tudo que se vai estudar.

Professor Rivail era um homem céptico. Não abraçava religião alguma, e, como os grandes pensadores de sua época, simpatizava com os pensamentos que formariam o Positivismo. Nesta mesma época iniciara em toda Europa uma série de fenômenos que ficaram conhecidos como "mesas girantes". Estes fenômenos ficaram muito populares na época, sendo uma das atividades de entretenimento nas festas, em meio à comida, bebida e piadas. Aconteciam mais ou menos assim: algumas pessoas se sentavam em torno de uma mesa, e, com as mãos pousadas sobre ela, faziam-na girar, pular, levitar, etc. Estes fatos evoluíram um pouco, e o objeto passou a responder perguntas com pancadas no chão ou fazendo um ruído que parecia vir de dentro dela. Isso aumentou ainda mais o divertimento nas festas. Mas nosso Professor não se interessava por estas festas. Até que, um amigo, a quem tinha em elevada consideração e estima, o convidou para uma reunião com o objetivo de conhecer o fenômeno das mesas girantes. Durante essa reunião foram feitas perguntas a uma mesa, que respondia por pancadas. Então o nosso Professor percebeu o que muitos, talvez não tivessem percebido ainda, e concluiu "todo fenômeno inteligente tem que ter uma causa inteligente". Então começou a pesquisar de que forma objetos poderiam expressar inteligência. Investigou a ação do pensamento das pessoas sobre os objetos, investigou o fato de algumas pessoas produzirem fenômenos que outras não podiam, investigou a manifestação de alguma força da natureza ainda desconhecida, e, concluiu que, necessariamente, a inteligência demonstrada pelos objetos tinha uma origem externa.

Em um trabalho extenso de compilação, analisando as informações colhidas em muitas reuniões para estudo deste fenômeno, e através do desenvolvimento do "meio de comunicação" o nosso professor compilou "O Livro dos Espíritos". Mas não seria conveniente usar seu nome, bastante conhecido na época. Era importante que este livro fosse publicado por um autor desconhecido, para que o público pudesse analisar a obra imparcialmente. Nosso professor então adotou o pseudônimo Alan Kardec. Com o passar do tempo as mesas girantes caíram em interesse, como acontece com todos os jogos de salão, que não conseguem entreter espectadores ávidos por novidades muito tempo.


http://www.geae.inf.br/pt/biografias/kardec.html

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